10 – Álvaro Alberto da Mota e Silva

Cargo: Rotary Club do Rio de Janeiro Presidente 1935-1936 servindo com o Presidente do Rotary International Ed R. Johson dos Estados Unidos.

Brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 22 de abril de 1889 e faleceu nessa mesma cidade em 31 de janeiro de 1976.

Vice-almirante da Marinha brasileira e cientista. Filho do médico e político Álvaro Alberto da Silva.
Ingressou na Escola Naval em 1906. Em 1910 envolve-se na Revolta da Chibata, sendo o primeiro oficial a ser gravemente ferido na noite de 22 de novembro. Socorrido, consegue sobreviver.

Oficial de Carreira da Marinha brasileira, começa a se interessar pela química de explosivos e ingressa na Escola Politécnica em 1911. Em 1916 é professor de química e explosivos da Escola Naval. Tornou-se catedrático do Departamento de Físico-Química da Escola Naval e incluiu o estudo da física nuclear no currículo da Escola Naval em 1939.

Nos anos 20, como Tenente e recém-formado engenheiro geógrafo, Álvaro começa sua carreira de professor. Nesse período, logo após integrar a comitiva que recepcionou Albert Einstein no Brasil, Álvaro Alberto apresentou suas primeiras invenções: dois tipos de explosivos, visando à independência financeira do Brasil, e uma tinta antivegetativa, que impedia a fixação de organismos no casco dos navios.

Nos anos 30 e 40, já como professor titular de Química no posto de Capitão de Fragata e presidente da Academia Brasileira de Ciências, Álvaro Alberto aprofunda ainda mais seus conhecimentos em pólvoras e explosivos.

Tinha em mente a criação de uma instituição governamental, cuja principal função seria incrementar, amparar e coordenar a pesquisa científica nacional. Nomeado representante brasileiro (1946) na Comissão de Energia Atômica do Conselho de Segurança da recém-criada Organização da Nações Unidas (ONU), associou-se aos representantes russos na rejeição às propostas do Plano Baruch, em que os norte-americanos pressionavam para controlar as reservas mundiais de tório e urânio (1946). Na ocasião, o Almirante qualificou a política dos Estados Unidos de “tentativa de desapropriação”. De 1946 a 1953 os Estados Unidos evitaram qualquer cooperação nuclear com os demais países, mesmo para fins pacíficos. O Plano garantia o monopólio dos Estados Unidos sobre a tecnologia e os materiais nucleares no mundo ocidental com a criação de uma agência internacional, mas que de fato teria os Estados Unidos como o “Big Brother”. Sabendo que a tecnologia que os levou a construírem bombas nucleares não era um segredo, o assunto já fora abordado em revistas científicas alemãs, inglesas e francesas, o jeito era concentrar técnicos e material. Álvaro Alberto propôs o Princípio das Compensações Específicas: nenhuma transação comercial com minerais estratégicos (termo cunhado por Alberto) deveria se realizar contra pagamento em dólares, mas sim na base de troca de tecnologia, em que o Brasil, assim como outros países subdesenvolvidos, forneceriam a matéria-prima desejada em troca da prioridade na instalação, em seu território, de reatores nucleares de todos os tipos . O Brasil na época não tinha noção de quanto urânio poderia extrair de si, mas já vendia areia monazítica para os Estados Unidos, que é rica em tório (1945). O acordo era válido por 3 anos e prorrogável por 10 triênios consecutivos. Exportando 3.000 t de monazita por ano ao final seriam mais de 110.000 t, mais do que já havia sido inventariado pelo Brasil.
Em 1946 o Conselho de Segurança Nacional pede que o acordo seja denunciado, mas as exportações continuam e ocorre também contrabando, a monazita sendo inocentemente embarcada como lastro de navio. Em virtude, disso o almirante Álvaro Alberto pediu autorização ao governo brasileiro para encetar negociações com outros países. Em missão do CNPq, ele viajou para a Europa no fim de 1953, onde faria contato na França e na Alemanha ocupada pelos aliados. Na França, negociou a aquisição de uma usina de “yellow cake”, assinando contrato com a Societé des Produits Chimiques des Terres Rares e na Alemanha, onde havia estudado física antes da Segunda Guerra.

Usando de seus antigos contatos encomendou a físicos alemães à margem da legalidade aliada, em janeiro de 1954, a construção de três conjuntos de centrifugação para o enriquecimento de urânio. Convidou William Groth, Bayerle e Otto Hahn, descobridor da fissão nuclear. Conseguiu obter 3 unidades de enriquecimento pelo processo de ultracentrifugação ao preço de 80 mil dólares.
Neste ponto a missão do almirante Álvaro Alberto tomava aspectos de missão secreta, na medida em que suas ações passaram a não levar em conta outras instâncias decisórias, como o Conselho de Segurança Nacional, o Departamento de Produção Mineral, pois, para completar sua tarefa, isto é, transferir os protótipos das centrífugas de urânio para o Brasil, ele dependia de uma diplomacia secreta à margem do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

A embaixada brasileira em Bonn recomendou que se aguardasse o estabelecimento da plena soberania da Alemanha Ocidental, quando então seria possível a importação das centrífugas. Formalmente o CNPq aceitou a recomendação, mas Álvaro Alberto solicitou a Getúlio Vargas uma autorização especial no sentido de que o Ministério das Relações Exteriores apoiasse o embarque secreto das máquinas.
Através do Banco Germânico para a América do Sul, os alemães receberam 80.000 dólares para a fabricação de três ultracentrifugadoras. As centrifugadoras foram apreendidas em Göttingen e Hamburg pelo Military Board of Security dos EUA, menos de 24 horas após esta consulta. Os conjuntos acabaram sendo interceptados pelo Alto Comissariado do Pós Guerra, 24 horas antes do embarque para o Brasil.
Documentos revelados posteriormente mostraram que o Brasil estaria sendo impedido de buscar o enriquecimento do urânio por ser um país localizado dentro da área de influência dos Estados Unidos. O plano do golpe feito contra a encomenda fora forjado pela Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos.

Alberto, ao contatar o presidente desta Comissão, almirante Lewis Strauss, não recebeu deste nenhuma esperança de que as máquinas apreendidas pelos aliados fossem liberadas. Por outro lado, Strauss contra-atacaria habilmente com uma oferta de “ajuda” dos Estados Unidos nos moldes permitidos pela política nuclear americana. Álvaro Alberto, mais uma vez, repetiria os desejos de seu governo: usinas de enriquecimento, uma fábrica de produção de hexafluoreto de urânio, além de reatores de pesquisa. O que foi tentado através de acordos secretos com os alemães e mais tarde descobertos pelos americanos.
Fundou a Sociedade Brasileira de Química em 1922 e presidiu a Academia Brasileira de Ciências em 1935. Grande entusiasta da energia nuclear, foi o representante do Brasil na Comissão de Energia Atômica da ONU, onde chegou à presidência.

Foi também o responsável pela criação do Conselho Nacional de Pesquisa, CNPq, que presidiu até 1955.

O presidente General Médici nomeou a Central Nuclear de Angra dos Reis como Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.

Foi inventor de explosivos e tintas antivegetativas polivalentes. Sua contribuição principal foi a implementação do Programa nuclear brasileiro. Foi o representante do Brasil na comissão de energia atômica da ONU.

Cauteloso com a soberania científica do país, propõe ao Governo o que seria um dos maiores avanços do Brasil: a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, aprovado em 1951, por Getúlio Vargas. À frente do CNPq, percebendo nossa potência em áreas estratégicas, Álvaro Alberto agora Almirante, escreve o primeiro programa de Política Nuclear do Brasil, além de criar a Comissão Nacional de Energia Nuclear; o Instituto de Matemática Pura e Aplicada; o Instituto de Pesquisas da Amazônia e o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação.

Fontes: http://www.abc.org.br/membro/alvaro-alberto-da-motta-e-silva/ e https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lvaro_Alberto_da_Mota_e_Silva

Habilidades

Postado em

22 de setembro de 2020

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